Produção industrial abre 2019 com recuo de 0,8%, aponta IBGE

A indústria brasileira produziu 0,8% a menos em janeiro de 2019, na comparação com o mês anterior, pela série com ajuste sazonal, conforme a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado devolve parte do avanço de 0,2% de dezembro de 2018. O desempenho da produção industrial no início deste ano foi pior do que a média das expectativas de 24 analistas do mercado ouvidos pelo Valor Data, que previam recuo de 0,3% no período. O intervalo das projeções ia de queda de 1% a aumento de 0,7%. Frente a janeiro de 2018, a produção das indústria industrial caiu 2,6%. Desta forma, o setor passou a acumular alta de apenas 0,5% em 12 meses, mantendo a perda de ritmo iniciada em julho do ano passado, indicou o IBGE. Segmentos A queda da produção industrial em janeiro foi disseminada entre as atividades que compõem o parque fabril do país – 13 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE tiveram queda no mês. O maior impacto negativo veio do setor de farmoquímicos e farmacêuticos, cuja produção diminuiu 10,3% no início de 2019, em relação ao último mês de 2018. Segundo André Macedo, gerente da pesquisa, o comportamento está relacionado a uma empresa específica do setor. “Uma fabricante mudou as férias coletivas de dezembro para janeiro. Isso fez com que o setor mostrasse um avanço maior em dezembro e agora uma queda em janeiro. Para além disso, é um segmento que tem tradicionalmente comportamento errático”, disse. Outras contribuições negativas importantes para o mês vieram das atividades extrativa (-1%), máquinas e equipamentos (-2,9%), celulose, papel e produtos de papel (-2,6%), coque e derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,8%) e outros equipamentos de transporte (-5,1%). No campo positivo, o IBGE destacou o avanço de 1,5% na produção de alimentos, que acumulou 9,2% de alta nos últimos três meses. Esse resultado reverte parte da perda de 10,4% acumulada no período de julho a outubro de 2018. Categorias Na passagem de dezembro de 2018 para o primeiro mês deste ano, a produção da indústria de bens de capital recuou 3%. Frente a janeiro de 2018, o indicador mostrou baixa de 7,7%. Segundo André Macedo, três segmentos foram responsáveis pela queda dos bens de capital: máquina e equipamentos (-2,9%), outros equipamentos de transporte (-5,1%) e a produção de caminhões. “Na produção de caminhões, a queda está ligada à paralisação para férias coletivas. Também houve queda em máquinas agrícolas e bens de capital para indústria, segmento voltado à ampliação e modernização de fábricas”, disse. Ele acrescentou que o movimento de janeiro não é isolado. “São três meses de recuo de bens de capital, acumulando baixa de 10,2% no período. É uma categoria sensível ao ambiente, relacionado a investimentos que acontecem na economia”, acrescentou. Nos 12 meses até janeiro, a produção de bens capital segue em terreno positivo, com alta de 5,5% frente ao mesmo período do ano anterior. Entre os bens intermediários, houve queda de 0,1% no mês em janeiro e de 1,3% perante um ano antes. Os bens de consumo semiduráveis e os não duráveis, por sua vez, registraram baixa de 0,4% e de 2,9%, respectivamente. Quanto aos bens duráveis, a produção subiu 0,5% em janeiro, no comparativo com o mês anterior, mas teve decréscimo de 5,5% em relação a igual intervalo de 2018. Em 12 meses, a produção dessa categoria ainda acumula alta, de 5,8%. Fonte: Valor Econômico
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